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Um dos grandes privilégios de apoiar o desenvolvimento global do rádio prisional é a imensa variedade de coisas que se aprende ao longo do caminho. O trabalho internacional desafia nossas lógicas, desperta a imaginação e apresenta novas formas de atuação. É por isso que a Prison Radio International existe: para conectar uma comunidade global de pessoas que utilizam o áudio como força para o bem em contextos de justiça criminal, aprendendo juntas e umas com as outras para desenvolver boas práticas.
No dia 7 de julho, nós (Phil Maguire, CEO da Prison Radio Association, e Ruth Armstrong, consultora global de gestão de projetos da Prison Radio International) embarcamos rumo ao Brasil para visitar prisões e ouvir suas rádios em funcionamento. Levávamos conosco muitas expectativas. As prisões brasileiras são notórias, suas reputações refletidas em filmes como Carandiru e 7 Prisioneiros, que retratam condições brutais e superlotadas — vida no limite, marcada por tragédias e abusos de poder.
A partir de anos de trabalho em prisões ao redor do mundo, sabemos que todos os espaços de detenção carregam dor, mas também transbordam potencial. Já entramos em prisões que pareciam negligenciadas, caóticas, assustadoramente silenciosas, ensurdecedoramente barulhentas, cheias de atividade, calmas e bem organizadas, ou sujas e desesperadoras. Em todas elas encontramos refúgio em estações de rádio dos mais diversos tipos — de estúdios de última geração a microfones improvisados em salas de aula. São espaços quase sagrados, que oferecem um fórum onde as pessoas podem falar e ser ouvidas, quebrando um pouco da monotonia e da loucura da vida prisional. Mas até o Brasil, nunca havíamos encontrado prisões tão cheias de abraços.
Houve abraços de autoridades para funcionários, de funcionários para pessoas presas, de pessoas presas entre si — e muitos para nós, visitantes. O Secretário de Justiça do Espírito Santo, Raphael Pacheco, chegou até a abraçar Phil, ao assinarem um protocolo de intenções para trabalhar em parceria no desenvolvimento do rádio prisional no estado.
No entanto, o abraço mais profundo não foi físico, mas sim auditivo: o som de vozes que tantas vezes não são ouvidas, narrando as realidades da vida na prisão, alcançando e recebendo notícias de familiares, dialogando com autoridades e até fazendo música juntas.
Nossa visita em julho ao Brasil, apoiada pela fundação Porticus, teve como objetivo construir relações que pudessem fortalecer o rádio prisional. Com o apoio dos brilhantes consultores brasileiros — o jornalista Gil Alessi e o gestor de projetos Samuel Rivero — viajamos de São Paulo ao Espírito Santo, de lá para Brasília e, por fim, de volta a Heliópolis, uma comunidade da periferia de São Paulo com uma rádio comunitária vibrante dirigida pela ONG UNAS. Em uma agenda intensa, encontramos pessoas que trabalham dentro e fora das prisões para compreender o alcance e a resiliência desse movimento jovem, porém vibrante, de rádio prisional, bem como o contexto social e político em que ele se desenvolve.
Começamos em São Paulo, recebidos calorosamente no escritório da Porticus, onde apresentamos nossa visão para esta segunda fase do trabalho: firmar parcerias que possam sustentar, expandir e conectar projetos de rádio prisional no Brasil, além de explorar oportunidades para acordos formais de defesa do direito à comunicação. Nossa conversa com a diretora da ONG Ação Pela Paz, Solange Senese, e sua equipe, trouxe ideias de colaboração — desde a coprodução de conteúdos que aproximem Estado e sociedade civil até o desenvolvimento de um podcast narrativo de alta qualidade capaz de mobilizar um debate nacional sobre prisões e justiça.
De lá seguimos para o Espírito Santo, onde fomos generosamente recebidos pelo Secretário Raphael Pacheco, sua chefe de gabinete Maria Luiza Grillo e sua equipe. Nossa jornada pelo rádio prisional começou oficialmente na estação pioneira do estado, a Rádio Vox, no Centro de Detenção e Ressocialização de Linhares. Em dois dias intensos, visitamos cinco projetos: da Rádio Vox seguimos para a Transformando Vidas (em uma unidade semiaberta), para a Rádio Florescer (na penitenciária feminina), para a ousada e brilhante Estação Purpurina (conduzida por mulheres trans em uma unidade LGBTQI+), e finalmente para a Rádio Black, em uma prisão masculina.
Cada estação tinha sua própria atmosfera, processos e ambições, mas todas compartilhavam a mesma convicção central: dar voz às pessoas presas transforma a prisão em si. O fundador original da Rádio Vox — Rodrigo Pereira Merçon, hoje Subsecretário de Estado para Assuntos Penitenciários do Espírito Santo — confirmou que ele, Raphael Pacheco, Maria Luiza Grillo e a equipe estão comprometidos em instalar uma rádio em cada uma das 37 unidades prisionais do estado.
Em cada estação visitada, vimos como o rádio pode transformar a atmosfera da prisão, não escondendo a dor do encarceramento, mas criando espaços onde essa dor pode ser reconhecida e sentida, onde o poder pode ser compartilhado de forma mais saudável, e onde o potencial pode florescer. Na Rádio Vox, a estação pulsava como um coração dentro da prisão, unindo funcionários e pessoas presas em criatividade compartilhada e respeito mútuo. A Transformando Vidas estava silenciosa, recentemente fechada, mas nossa visita reacendeu sua transmissão. Um homem preso cantou uma canção belíssima ao som de um violão enquanto saíamos — e à medida que sua música ecoava em nós, lembramos que, às vezes, o simples ato de prestar atenção e estar presente pode devolver a vida à possibilidade.
Na penitenciária feminina, a Rádio Florescer irradiava profissionalismo e calor humano, mostrando como habilidade e orgulho podem conviver com cuidado genuíno. Já na Estação Purpurina a energia mudou completamente: mulheres trans conduziram o programa com maestria e alegria desafiadora.
A estação não brilhava apenas no nome: o diálogo era tão espetacular quanto os muitos diamantes que adornavam o estúdio. O programa se concentrou na entrevista com uma mulher que contou sua trajetória de autovalorização e descoberta de capacidades, tornando-se uma costureira habilidosa. A execução foi tão bela em som quanto em imagem, enquanto apresentadoras e convidadas reivindicavam de forma intencional e poderosa sua identidade e dignidade em um sistema que tantas vezes nega ambas.
Mesmo no espaço mais contido da Rádio Black, com um capelão visitante transmitindo sua mensagem pelos alto-falantes, o potencial era evidente: um lembrete de que, com apoio e visão adequados, até uma voz pequena pode crescer e se tornar poderosa. Em cada estação, ouvir e ser ouvido não eram apenas atos de comunicação, mas de conexão — os primeiros passos para compreender uns aos outros e trabalhar em soluções conjuntas.
Em Brasília, nos reunimos com autoridades do Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), assinando um protocolo de intenções com o SENAPPEN para colaborar na consolidação do rádio prisional no Brasil. Há hoje um terreno fértil para reformas positivas na justiça criminal brasileira. Em 2023, o Supremo Tribunal Federal declarou o sistema prisional em “estado de coisas inconstitucional”, em razão das condições desumanas vividas por quem está sob custódia. Essa decisão motivou o desenvolvimento do Plano Pena Justa, uma ambiciosa reforma judicial liderada pelo CNJ, que busca restaurar a dignidade e a legalidade do sistema de justiça. Nossas conversas em Brasília visaram fortalecer as pontes entre iniciativas estaduais e federais, abrindo caminho para trabalhos conjuntos que reconheçam o rádio prisional como parte de uma abordagem mais legítima e humanizadora ao encarceramento.
Encerramos nossa viagem de volta em São Paulo com uma transmissão especial na Rádio Comunitária de Heliópolis. Fomos recebidos pelo diretor Reginaldo José e sua equipe. Mauricio Monteiro, sobrevivente do massacre do Carandiru e apresentador/produtor do programa Prisioneiro 84.901, participou como convidado. A transmissão discutiu as experiências de Mauricio e seu canal no YouTube, nomeado pelo número que ele carregava durante o tempo em que esteve preso no Carandiru. A experiência de Maurício em usar o áudio como ferramenta para o bem deu origem a uma conversa entre Samuel, sobre o crescimento do movimento de rádio prisional no Brasil, e Phil, que refletiu sobre a expansão do rádio prisional ao redor do mundo.
Como muitas comunidades periféricas, Heliópolis enfrenta desafios comuns àquelas impactadas pela porta giratória de prisões superlotadas e subfinanciadas. Ao lado dessas realidades, nos concentramos no potencial transformador do rádio prisional para construir compreensões mais complexas sobre a vida na prisão e após a soltura, bem como para apoiar narrativas mais humanas sobre a justiça. A Rádio Comunitária de Heliópolis tem uma história única e inspiradora, sendo a primeira rádio comunitária “pirata” legalizada no Brasil, abrindo caminho para que outras também se legitimassem. Como modelo de como o áudio pode fortalecer comunidades, ajudar a navegar em realidades complexas e oferecer uma via legítima para a compreensão mútua, não poderíamos ter estado em uma estação mais simbólica.
Esta fase do nosso trabalho com a Porticus foi sobre plantar sementes e fortalecer e conectar quem já está engajado nessa causa. O que vimos e ouvimos no Brasil — criatividade, profissionalismo, coragem — nos convence de que o rádio prisional aqui transborda potencial. Ao retornarmos ao Reino Unido, carregamos conosco aquele abraço auditivo: o som de vozes que são frequentemente silenciadas, ressoando com honestidade, humor, desafio e esperança.
Compartilharemos essas experiências com o Conselho Consultivo da Prison Radio International, para que as lições do Brasil possam informar e fortalecer projetos de rádio prisional em todo o mundo. E começaremos a moldar a próxima fase do nosso trabalho para apoiar este movimento em crescimento no Brasil: conectar pessoas e projetos, desenvolver competências e defender o direito à comunicação. Porque quando essas vozes são ouvidas, dentro e fora, elas podem transformar dor em diálogo, poder em ação compartilhada e potencial em mudança.
E esse é o tipo de abraço de que todos precisamos.
Um abraço, de Gil, Phil, Ruth e Samuel!
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One of the great privileges of supporting the global development of prison radio is the sheer variety of things you learn along the way. International work shakes up your assumptions, sparks your imagination, and introduces you to new ways of working. That’s why Prison Radio International exists: to connect a global community of people using audio as a force for good in criminal justice settings, learning with and from each other to develop best practices.
On 7 July we (Phil Maguire, CEO of the Prison Radio Association and Ruth Armstrong, Prison Radio International Global Project Management Consultant) boarded the plane to Brazil to visit prisons and hear their radio stations in action. We carried with us many expectations. Brazilian prisons are notorious, their reputations reflected in films such as Carandiru and 7 Prisoners, portray brutal, overcrowded conditions – life at its limits, heavy with tragedy and abuses of power.
From years of work in prisons around the world, we know that all places of detention hold pain but are also brimming with potential. We have walked into prisons that felt neglected, chaotic, eerily silent, distractingly loud, teeming with activity, were calm and well ordered, or dirty and despairing. In all of them, we have found refuge in radio stations of every kind, from state-of-the-art studios to makeshift microphones in classrooms. They are their own kind of sacred spaces, providing a forum where people can speak and be heard, thereby unseating some of the monotony and the madness of prison life. But until Brazil, we have never-before encountered prisons so full of hugs.
There were hugs from officials to staff, from staff to prisoners, from prisoners to each other, and plenty for us as visitors. The Secretary of State for Justice in Espírito Santo, Raphael Pacheco, even wrapped his arms around Phil, as they signed an agreement to work in partnership on the development of prison radio in the state.
Yet the most profound embrace was not physical at all, but audible: the sound of voices that so often go unheard, narrating the realities of prison life, reaching out to and hearing from loved ones, engaging in dialogue with authorities, and even making music together.
Our July visit to Brazil, supported by our funder Porticus, was all about building relationships that can help prison radio thrive. Supported by our brilliant Brazilian consultants – journalist Gil Alessi and project manager Samuel Rivero – we travelled from São Paulo to Espírito Santo, Brasília and back to Heliopolis, a favela community in São Paulo with a vibrant radio station run by an outstanding NGO, UNAS. Over an action-packed schedule, we met people working inside and outside prisons to understand the reach and resilience of this young but vibrant prison radio movement, and the social and political context in which it is unfolding.
We began in São Paulo with a warm welcome at Porticus’ offices, where we shared our vision for this second phase of our work: forging partnerships that can sustain, grow and connect prison radio projects across Brazil, and exploring opportunities for formal agreements to defend the right to communication. Our conversations with the Director of NGO Ação Pela Paz (Action for Peace) – Solange Senese – and her team sparked ideas for collaboration, from co-producing content that bridges state and civil society to developing a high-quality narrative podcast that could galvanise national debate on prisons and justice.
From there we travelled to Espírito Santo where we were generously hosted by Secretary of State for Justice Raphael Pacheco, his head of staff, Maria Luiza Grillo and her team. Our prison radio journey officially began at the original Espiritu Santo prison radio station ‘Radio Vox’ (Voice Radio) in Linhares prison. Over two packed days we visited five radio projects in total – from ‘Radio Vox’ we travelled to ‘Transformando Vidas’ (Transforming Lives) in a semi-open facility, to ‘Radio Florescer’ (Blooming Radio) at the women’s prison, the bold and brilliant ’Estação Purpurina’ (Sparkling Station) led by trans women in an LGBTQI+ facility, and ‘Radio Black’ in a men’s prison.
Each station had its own atmosphere, processes and ambitions, but all shared the same core belief: that giving people in prison a voice changes the prison itself, and the original founder of Radio Vox – Rodrigo Pereira Merçon, now Deputy Secretary of State for Prisons in Espirito Santo – confirmed that he, Raphael Pacheco, Maria Louisa Grillo and their team are committed to putting a radio station in each of the 37 prison units in the state.
In every station we visited, we saw how radio could transform the atmosphere of a prison, not by masking the pain of imprisonment, but by creating spaces where that pain could be acknowledged and felt, where power could be shared in healthier ways, and where potential could begin to grow. At Radio Vox, the station pulsed like a heartbeat through the prison, bringing staff and people in prison together in shared creativity and mutual respect. Transformando Vidas had recently been closed, and silent, but our visit reignited its broadcast. A man serving a prison sentence sang a hauntingly beautiful song with a solo acoustic guitar accompaniment as we left that station, and as his music travelled with us we were reminded how sometimes the simple act of paying attention and being present can breathe life back into possibility.
The women’s prison, Radio Florescer radiated professionalism and warmth, showing how skill and pride can coexist with deep human care. But it was in Estação Purpurina that the energy shifted entirely as the trans women led the show with professional prowess and joyful defiance.
The station didn’t just sparkle by name; the team’s dialogue was as spectacular as the many diamantes present in the studio. The discussion grew from an interview about one person’s journey to recognising her worth and capacity as she became a skilled seamstress. It’s execution was as audibly and visually beautiful as the dialogue through which presenters and guests deliberately and powerfully reclaimed their identity and dignity in a system that too often denies both.
Even in the quieter, more subdued space of Radio Black, with a visiting chaplain giving a message to the prisoners across the airwaves, the potential was evident; a reminder that with the right support and vision, even a small voice can grow into something powerful. In every station, listening and being heard were not just acts of communication but acts of connection, the first steps toward understanding each other and working together on solutions.
Travelling on to Brasília we met senior officials at SENAPPEN, the federal prison authority, and the National Council of Justice (CNJ), signing a Protocol of Intentions with SENNAPEN to collaborate on embedding prison radio in Brazil’s justice landscape. There is a fertile landscape for positive reform in criminal justice in Brazil right now. A landmark Supreme Court ruling in 2023 declared Brazil’s prison system to be in an “unconstitutional state of affairs”, a judgment rooted in the inhumane conditions faced by those in custody. The ruling triggered the development of Plano Pena Justa, (The Plan for Fair Sentences), an ambitious judicial reform plan led by the National Council of Justice and designed to restore dignity and legality to the justice system. Our conversations aimed to strengthen the bridges between state and federal initiatives, opening the way for joint work that recognises prison radio as part of a more legitimate and humanising approach to imprisonment.
We closed our trip back in São Paulo with a special broadcast at Heliópolis Community Radio. We were welcomed by Director, Reginaldo José and his team. Mauricio Monteiro, a survivor of the Carandiru massacre and presenter and producer of Prisioneiro 84.901, joined us as a guest. The broadcast discussed Mauricio’s experiences and his YouTube channel show, named after the number he carried during his time in Carandiru prison. Mauricio’s own experience of using audio for good sparked a conversation between Samuel, about the burgeoning prison radio movement in Brazil, and Phil, who reflected on the growth of prison radio globally.
As with many under-resourced communities, Heliopolis faces challenges common to communities that are impacted by the revolving door of overcrowded and under-funded prisons. Alongside discussing these realities, we focussed on the transformative potential of prison radio in shaping more complex understandings of life in prison and after release and supporting more humane narratives about justice. Heliopolis community prison radio has its own compelling history as the first pirate community station in Brazil to be legalised, forging the way for others to do the same. As a model of how audio can build and strengthen our communities, help us navigate and better complex realities, and provide a legitimate pathway to understand each other, we could not have been in a more potent radio station.
This phase of our work with Porticus was about planting seeds and strengthening and connecting those already engaged in this work. What we saw and heard in Brazil – the creativity, the professionalism, the courage – convinces us that prison radio here is brimming with potential. As we return to the UK, we carry with us that audible hug – the sound of voices that are too often silenced, resonating with honesty, humour, challenge and hope.
We will share these experiences with the Prison Radio International Advisory Board, so that the lessons from Brazil can inform and strengthen prison radio projects around the world. And we will begin shaping the next phase of our work to support this growing movement in Brazil: connecting people and projects, building skills, and defending the right to communicate, because when those voices are heard, inside and out, they can help transform pain into dialogue, power into shared action, and potential into change. And that’s the kind of hug we all need.
Um abraço, de Gil, Phil, Ruth and Samuel!
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The Prison Radio Association is a registered charity. Our work helps people cope with life in prison and succeed after release. You can support us by donating at: prison.radio/donate.